domingo, 20 de setembro de 2015

Vettel brilha na noite de Cingapura, supera Senna e se torna terceiro maior vencedor da F1. Hamilton e Massa abandonam*


Antes do fim de semana de Cingapura, a expectativa toda era em torno de Lewis Hamilton e da chance do inglês de igualar as 41 vitórias do ídolo Ayrton Senna na F1. Só que a etapa asiática se mostrou um inacreditável pesadelo para o líder do campeonato, que em nenhum momento teve chance de brigar pelo triunfo. E quem realmente tomou o lugar do britânico sob os holofotes em Marina Bay foi Sebastian Vettel. O tetracampeão da Ferrari não só venceu categoricamente, como também superou a icônica marca de conquistas de Senna no Mundial. O alemão agora tem no brilhante currículo 42 vitórias na categoria em que já possui quatro títulos mundiais.
 
Saindo da pole neste domingo (20), Sebastian foi impecável e não deu qualquer chance a ninguém. Não liderou de ponta a ponta, porque precisou trocar os pneus em momentos de safety-car. Ainda assim, Vettel se mostrou sempre o mais rápido e cruzou a linha de chegada com mais de um segundo para Daniel Ricciardo, o segundo colocado. O quarto sucesso em Cingapura também recolocou o ferrarista em uma forte posição na briga pelo título, ainda que pese o grande domínio de Hamilton e a Mercedes em 2015.
"Deve ter sido uma das melhores. Foi bem intensa. Muita pressão, Daniel fez uma corrida muito boa, cuidou bem dos pneus, o que tornou os últimos stints mais táticos. Sabia que era difícil de ultrapassar aqui, estava usando isso, e depois abri um pouco mais. Uma ótima vitória", afirmou Vettel, ainda no pódio, a Eddie Jordan.
 
Sebastian Vettel festeja vitória em Cingapura (Foto: AP)
 
Kimi Räikkönen também foi ao pódio, com o terceiro lugar, andando sempre próximo aos dois ponteiros.  Nico Rosberg salvou a Mercedes de um vexame e terminou em quarto, logo à frente de Valtteri Bottas, Daniil Kvyat, Sergio Pérez, Max Verstappen, Carlos Sainz e Felipe Nasr, que voltou a pontuar na temporada.
 
Hamilton, por sua vez, teve de amargar o primeiro abandono da temporada. Na metade da prova, o carro do inglês apresentou problemas eletrônicos e, sem muito que fazer, teve de recolher o W06 #44. Massa teve o mesmo destino do britânico. 
 
Depois de se envolver em toque com Hülkenberg, o brasileiro passou a enfrentar uma falha de câmbio, que acabou lhe tirando da prova. “Não entrava a marcha, ela estava com problema na terceira e quarta, que de repente entrava em ponto morto”, disse. “Então eu tinha que começar do zero, voltar pra primeira, pra segunda, e quando eu tentava entrar na terceira e quarta voltava pro ponto morto. Eu estava entrando nos boxes  para resolver o problema, mas então o câmbio voltou ao normal. Só que não teve jeito e tive que abandonar”, completou Felipe.
 
A próxima etapa da F1 acontece na próxima semana, em Suzuka, no Japão.

Confira como foi o GP de Cingapura de F1

Antes mesmo dos carros alinharem definitivamente no grid de Marina Bay na noite quente deste domingo (20), a Mercedes viveu um pequeno drama com o W06 de Nico Rosberg. Um problema de software provocou o atraso dos trabalhos, mas nada que comprometesse a largada do alemão, que teve tempo de chegar à linha da sexta colocação. 
 
Susto passado e tudo devidamente pronto, lá foram eles para a volta de apresentação, com o pole Sebastian Vettel puxando o pelotão. Quando as luzes se apagaram na reta principal e iluminada de Cingapura, o alemão da Ferrari fez uma largada limpa e em linha reta, tracionando muito bem. A manobra o fez chegar com tranquilidade e sozinha na primeira curva.
 
Largada do GP de Cingapura (Foto: AP)
 
Daniel Ricciardo também saiu bem e manteve a segunda colocação, à frente de Kimi Räikkönen, Daniil Kvyat e Lewis Hamilton. O líder do campeonato teve de brigar ali com Valtteri Bottas, que também se defendia de Nico Rosberg. O alemão da Mercedes conseguiria a ultrapassagem na sequência, para reassumir o sexto posto.
 
Felipe Massa pulou para oitavo, seguido por Nico Hülkenberg, Sergio Pérez, Fernando Alonso, Carlos Sainz, Romain Grosjean, Felipe Nasr, Marcus Ericsson, Jenson Button, Pastor Maldonado, Alexander Rossi e Will Stevens. Tudo isso porque Max Verstappen, que largava em oitavo, ficou parado no grid. Apesar do incidente, não houve toques, e os fiscais conseguiram levar o carro do holandês de volta aos boxes, em segurança. Max pode retornar à corrida na sequência.
 
Na pista, Vettel tratou de imprimir um ritmo bastante forte. E foi distanciando rapidamente de Ricciardo. Com quatro voltas, o alemão já ostentava 4s de vantagem. Além disso, o tetracampeão andava cerca de 1s mais veloz que os carros da Mercedes, que vinha em quinto e sexto, com Hamilton à frente de Rosberg. Falando em Nico, o alemão sofria com os ataques de Bottas.
 
Enquanto Vettel já tinha 5s2 de vantagem para Ricciardo, Räikkönen andava forte atrás, na tentativa de alcançar o australiano da Red Bull. Kvyat, por sua vez, vinha três segundos atrás do finlandês e 2s1 à frente de Hamilton, que tinha 3s de distância para Rosberg, que seguia tentando escapar de Bottas. Massa, Hülkenberg e Pérez fechavam o top-10. Nasr já era o 13º.
 
E, na décima volta, o primeiro a parar foi Romain Grosjean. O francês da Lotus trocou os supermacios pelos macios, em uma evidente estratégia de três paradas. No giro seguinte, Alonso, Sainz e Ericsson também foram aos pits.
 
Momento do acidente (Foto: AP)
 
Enquanto isso, a diferença entre o líder Vettel e Ricciardo caiu de 5s1 para 4s6 e, em seguida, para 3s6. Tudo em menos de quatro voltas. Mais atrás, Kvyat foi aos boxes na passagem de número 13. O russo foi seguido por Felipe Massa, que mudou para os pneus supermacios.
Na saída dos pits, Felipe acabou se envolvendo em um toque com Hülkenberg que vinha contornando a curva 1. E quem levou a pior foi o alemão da Force India, que foi parar no muro, abandonando a prova em seguida. Por conta do incidente, a direção de prova decidiu pelo safety-car virtual.

E não demorou também para anunciar que o toque foi parar na sala dos comissários, que culparam o alemão pelo incidente. Hülkenberg acabou punido e vai perder três posições no grid para o GP do Japão. 
 
Com todos andando em velocidades mais baixas, os ponteiros aproveitaram para ir aos boxes. Vettel entrou primeiro e optou pelos supermacios novamente. Ricciardo e Räikkönen seguiram o tetracampeão, enquanto a Mercedes decidiu colocar pneus macios nos carros de Hamilton e Rosberg, revelando uma tática diferente para o restante da prova.
 
Massa, por sua vez, ainda teve de fazer um novo pit-stop neste meio tempo, devido à batida – a Williams confirmara mais tarde que foi por conta de um furo no pneu dianteiro direito. Mas a equipe inglesa também mudou a tática e decidiu devolver o brasileiro à pista com os pneus macios.
 
Na volta 15, o safety-car real precisou ser acionado por conta dos detritos deixados pelos carros de Massa e Hülkenberg. Assim, a prova ganhou um ritmo ainda mais lento. E a ordem era: Vettel, Ricciardo, Räikkönen, Hamilton, Rosberg, Kvyat, Bottas, Pérez, Nasr, Grosjean, Alonso, Sainz, Maldonado, Massa, Ericsson, Button, Rossi, Stevens e Verstappen.
A corrida voltou à vida na abertura da 19ª passagem. O safety-car recolheu, e Vettel tratou logo de retomar o ritmo dominante da primeira parte da prova. Ricciardo, porém, também passou a andar mais rápido, mantendo a distância para o líder em 0s9. Räikkönen, por sua vez, acompanhava os dois ponteiros de muito perto. Hamilton, já em quarto após os pit-stops, vinha 2s1 atrás do finlandês da Ferrari. Rosberg, Kvyat, Bottas, Pérez, Nasr e Grosjean completavam os dez primeiros.
 
Sebastian Vettel foi tentando abrir vantagem em Marina Bay (Foto: AP)
 
Quando os pilotos entraram no giro 27, Hamilton começou a perder rendimento e posições na mesma proporção. Rosberg, Kvyat, Pérez, Nasr e Alonso foram passando pelo inglês, que caiu para décimo. E a Mercedes, no rádio, vinha tentando entender o problema com o carro do líder do campeonato. Aparentemente, um problema eletrônico provocou a perda de desempenho de Lewis. 
 
Lá na frente, Vettel começava a reagir aos ataques de Ricciardo. Registrando a melhor volta da corrida em 1min50s799, o alemão da Ferrari abriu 4s para o australiano na volta 30. Räikkönen vinha em 6s3 atrás. Ao mesmo tempo, Ericsson e Sainz foram aos boxes. Quem também foi aos pits foi Massa. O brasileiro fez um drive-through, mas não tinha qualquer punição a cumprir. Na volta seguinte, Felipe recolheu o carro e abandonou.
 
Hamilton, em outro ponto da pista, continuava lento e perdendo posições - era o 16º na 34ª volta. O inglês se queixava da falta de rendimento, dos freios frios e foi aos pits, deixando a disputa definitivamente. Outro que também desistiu da corrida foi Alonso. O espanhol chegou a andar no top-10, mas uma falha na McLaren o fez abandonar também no fim da volta 34.
 
No giro 35, Kvyat foi fazer sua segunda troca de pneus. Nasr e Pérez seguiram o russo nos boxes. Duas passagens mais tarde, o safety-car foi acionado. Motivo? Uma pessoa resolveu caminhar pela pista. O homem andou por alguns metros na reta depois do hairpin da ponte e acabou deixando o traçado logo em seguida. Neste período, muita gente aproveitou a entrada do carro de segurança para fazer os pit-stops, inclusive os ponteiros.
 
Pessoa invade pista durante a prova (Foto: Reprodução/Twitter)
 
O tetracampeão da Ferrari voltou à pista com os pneus macios, assim como Ricciardo e Räikkönen. Também com os amarelos, Rosberg se colocou em quarto, com Bottas em quinto. Kvyat, Pérez, Grosjean, Maldonado e Button fechavam os dez primeiros. Nasr vinha em 11º, seguido por Verstappen, Sainz, Ericsson, Rossi e Stevens.
Durante o período do safety-car, a direção de prova tentou reposicionar os carros da Manor Marussia no pelotão, sobretudo de Rossi, que vinha entre os ponteiros. Mas a demora neste procedimento acabou por atrasando a saída do carro de segurança. Ainda assim, a direção decidiu autorizar a relargada na volta 40. 
 
Enquanto os ponteiros mantiveram as posições, mais atrás Button acabou batendo na traseira da Lotus de Maldonado, na tentativa de ultrapassagem. Pior para o inglês, que precisou fazer um pit extra para trocar a asa dianteira. Nasr também caiu para 12º, enquanto Verstappen, em nono, já virava a volta mais rápida da prova. O impetuoso holandês ainda terminaria em oitavo, negando, no fim, um pedido da Toro Rosso para ceder a posição a Carlos Sainz, o nono. 
Nas voltas finais, Ricciardo ainda tentou imprimir alguma pressão para cima de Vettel, mas o alemão não cedeu e passou a responder as investidas. Räikkönen se manteve apenas acompanhando a disputa dos dois primeiros. E assim foi até o fim. Nasr ainda conseguiu um forte décimo posto, depois de um erro Romain Grosjean na penúltima volta.

Apesar dos infortúnios, Hamilton permanece na liderança do Mundial, com 252 pontos, 41 a mais que Rosberg. Vettel, com a vitória, agora soma 203, na terceira colocação. Massa caiu duas posições, depois do abandono, e vem apenas em sexto. Nasr é 13º.

F1, GP de Cingapura, Marina Bay, Final:
 
 
 
 

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