quinta-feira, 25 de junho de 2015

Deturpar e corromper podem ser considerados formas de arte?


Por Will Rauber


Olá, caro leitor. Depois de um pequeno hiato, retorno com mais um assunto polêmico.

Há alguns meses, escrevi esta coluna, onde, por óbvio, recomendo a leitura dela, com toda sua calma (e para os apressados farei uma síntese da sua ideia). Passados uns dias, tomado por uma ira insensata e insana, Carlos Gama escreveu inúmeras inverdades, factoides e bobagens das mais diversas. Tal “preciosidade” pode ser acompanhada neste link, o qual recomendo a leitura em sua íntegra:

No meu texto, que intitulei como “Um breve comparativo entre Alonso e Barrichello”, eu cito FATOS acontecidos na carreira de Rubens Barrichello e suas DECISÕES equivocadas, por exemplo, o fato de dizer NÃO para a McLaren e se manter na Jordan. Outro fato de dizer NÃO para a Benneton e assinar com a Stewart. São fatos. E são decisões tomadas em sua carreira. Em contrapartida, comparei com as decisões que Fernando Alonso tomou durante sua carreira na Fórmula 1, inclusive, usei como base o texto publicado pelo Lívio Orichio no site da RGT, que fez uma brilhante análise do piloto espanhol. Comparei os erros da gerência da carreira, portanto, os erros das decisões tomadas tanto por Rubens Barrichello quanto por Fernando Alonso.

Observaram? DECISÕES tomadas. Basta ler. Qualquer mínimo conhecedor do vernáculo, ao ler a minha coluna sobre o referido assunto, compreende seu significado que só não está mais explícito pela razão de eu ter escolhido um título chamativo ao invés de algo mais óbvio. Eu poderia ter colocado “um comparativo entre as decisões de carreira de Alonso e Barrichello” e outra infinidade de opções. Inclusive, pelo texto ser bem escrito e claro naquilo o qual foi proposto.

Retomando: passados uns dias, impulsionado por uma ira e uma mania de grandeza, soberba, arrogância e outros adjetivos congêneres, meu amigo Carlos Gama fez a coluna cuja qual coloquei o link no início desta narrativa. Se você ainda não leu, por favor, vá lá e leia. Embora, caso não prefira fazer isso agora, sintetizarei as intempéries descritas na coluna citada.

De início, o colunista inventou, CRIOU, uma rivalidade que JAMAIS existiu: Rubens vs Christian Fittipaldi. Não há o menor indício, o mínimo registro que seja, de uma rivalidade existente entre os dois pilotos brasileiros na F1. As únicas divergências entre pilotos nacionais são: Senna vs Piquet, assumida pelos próprios, com vídeos, entrevistas, revistas e tudo mais. E, mais recentemente, entre o Piquet Jr e Lucas Di Grassi. Ponto final. Nem nos dias de hoje e nem quando haviam outros brasileiros, jamais existiu outra rivalidade. O único e verdadeiro rival de qualquer piloto de F1 é seu companheiro de equipe. Raikkonen não é rival de Bottas. Os desempenhos de ambos são assuntos tão somente deles. Massa nunca disse em conferência de início de temporada que seu objetivo era ser melhor que Barrichello. Bem como Nasr não falou nada parecido em relação a Massa. Nico Rosberg não falou que seu objetivo era ir melhor que Sebastian Vettel. Button não falou que tem como objetivo da temporada ser superior a Lewis Hamilton. E, por fim, Carlos Sainz Jr não disse que tinha como meta marcar mais pontos que Alonso. Isso é ridículo e um grotesco absurdo. Até porque, como muitos gostam de dizer: a F1 não é uma guerra de nações. Dito isso, qual o fundamento de um piloto ter como “rival” seu compatriota? O verdadeiro e grande rival e paradigma de qualquer piloto é seu companheiro de equipe, pois ele dirige o mesmo carro e tem o mesmo equipamento.

Dito o acima, não há o menor ou ínfimo registro de NENHUMA outra espécie de rivalidade existente entre pilotos brasileiros, a não ser as citas (Piquet-Senna; Piquet-Grassi). Portanto, factoide, inverdade e uma grandiosa MENTIRA inventada pelo colunista Gama com a finalidade de denegrir meu texto. E não adianta dizer “os jornais da época”, “revistas da época”, pela seguinte razão: é incrível de como é pública a rivalidade Senna-Piquet, que é anterior a rivalidade inventada de “Fittipaldinho-Barrichello”. Por coincidência, não existe apenas a segunda e, por que será? Porque não existiu e trata-se de uma MENTIRA.

Ato contínuo, o escritor da coluna cuja qual me refiro, foi analisando alguns desempenhos de Christian e Rubens. Agora, nobre leitor, tente imaginar o que eu estava pensando, pois nossa Patrona Débora, havia feito em sua chamada que o texto se tratava de um resposta do Carlos ao meu texto. Estava correta nossa líder e mentora Longen, pois assim solicitou o colunista. Pois bem, prosseguia com a leitura e não entendia nada. Primeiramente, Carlos inventou uma rivalidade inexistente. Depois, passou a analisar a carreira de Rubens e JUSTIFICAR as escolhas dele.

Neste momento, faça-se uma pequena pausa. Justificar uma atitude é algo extremamente simplório de se proceder. A título de analogia, os presídios estão lotados de pessoas que fizeram as mais diversas atrocidades e cada um desses seres é capaz de justificar e explicar o porquê de cada uma das barbaridades cometidas. Políticos, por exemplo, cada vez mais são pegos em esquemas de corrupção e, com a maior das caras de pau, dizem que nada tinham a ver com o assunto, pois o alvo da investigação estava sob o nome de laranjas. Feito essa ressalva, é muito simples justificar um erro e, na minha coluna, eu apenas apontei os erros que Rubens cometeu na gerência de sua carreira. E, quer queira ou quer não queira, Barrichello cometeu inúmeros erros. Manteve-se demais na Jordan. Ignorou a McLaren e Benneton, assinou com a Stewart. Renegou a McLaren enquanto assinou para com a Ferrari. Enfim, isso é história e todos sabemos.

Dando seguimento, o colunista, depois de analisar os resultados de Rubens, falou, finalmente, depois de muita mentira, uma veracidade: a RGT tentou colocar Rubinho como o substituto de Ayrton Senna. Notem como esse detalhe de Rubinho substituir Ayrton, nós temos registros e todos sabem como foi na época, inclusive os nascidos depois da morte de Senna. Enquanto a rivalidade “Christian-Rubens”, não há o menor registro, apenas na mente do Sr. Pereira Gama. E, a partir daí, fez mais análises de resultados de Rubens. Até aí, eu lia e relia alguns parágrafos, tentando entender onde Carlos queria chegar. Pois em nada fazia sentido em ser uma “resposta” aos meus comentários da minha coluna anterior.

Até que, para minha surpresa, chego ao último parágrafo, in verbis:

“Will Rauber fez um texto longo comparando a carreira de Rubens com a de outro grande fã de Senna, o espanhol Fernando Alonso. Apenas lembrarei: Ayrton Senna foi campeão mundial na sua 5ª temporada. Assim como Fernando Alonso. Ayrton Senna foi bicampeão mundial na sua 7ª temporada. Fernando Alonso chegou lá em sua 6ª temporada. Não há comparação plausível entre Alonso – o Senna espanhol – e Barrichello.”

Peço para todos que parem tudo o que estiverem fazendo e que leiam ambas colunas e me respondam: Eu comparei as CARREIRAS de Rubens e Fernando? Eu comparei os RESULTADOS de Barrichello e Alonso? Eu comparei o DESEMPENHO do brasileiro com o espanhol? Eu fiz análise de corrida por corrida entre os ex-ferraristas? Eu comparei os TÍTULOS de Rubinho com os TÍTULOS do “príncipe das Astúrias”? Em algum momento eu comparei qualquer coisa da CARREIRA dos dois que não fosse EXCLUSIVAMENTE as DECISÕES equivocadas tomadas por ambos? E o que Ayrton Senna da Silva tem a ver com toda a discussão?

Passa-se um texto inteiro falando de Barrichello e analisando resultados individuais. No momento da conclusão, se diz que Will Rauber comparou o bicampeão do mundo com Rubens Barrichello. Fiquei sem entender. Alias, gostaria de pedir a todos que leiam, que façam os comentários que acharem pertinentes e, caso eu esteja equivocado, que me alertem.

Admito que quando li, falei uma frase semelhante a esta: “Mas que porcaria foi esta?” e pensei, também assumo, em escrever uma réplica. Mas eu não queria correr o risco de cometer o mesmo erro que Carlos Frederico Gama. Não. Eu não seria levado pela emoção ou pela ojeriza de tamanhas besteiras e escrever algo tão inútil quanto o qual me foi direcionado. E esperei o tempo passar. Estamos em junho, é a quinta-feira depois do GP da Áustria e estou desocupado. Sem nada para fazer. Sem emoções atrapalhando meu raciocínio, sem ser levado por ira, raiva ou qualquer espécie de sentimento que possa prejudicar a escrita. Por consequência, não cometi e nunca cometerei o mesmo erro do meu amigo Carlos.

Inclusive, imagino que vocês, leitores, também pensaram “mas que diabos de resposta foi aquela?”. Repito: desafio qualquer um a pegar no meu texto onde eu comparo as CARREIRAS, NÚMERO DE VITÓRIAS, TÍTULOS, DESEMPENHOS, etc, de Alonso e Barrichello. Eu comparo, SIM, as DECISÕES, por exemplo, de Rubens se manter na Jordan e Alonso pedir demissão da Ferrari achando que seu nome abriria as portas da Red Bull ou da Mercedes. Isso sim, isso eu disse e está escrito. No entanto, um comparativo entre carreiras, envolveria muito mais do que isso.

Inclusive, reitere-se, por Alonso ser Bicampeão do Mundo e Rubens Barrichello não ser. Só por esse singelo “detalhe” é que são incomparáveis. Números de vitórias? Também. Alonso tem muito mais vitórias. Número de pontos? Voltas rápidas? Poles? Vices campeonatos? Pódios? Em todos esses quesitos, a vantagem é de Alonso. Reitero: eu comparei naquele meu texto esses números? Desafio a quem seja para analisar o texto e me mostrar. Antecipo ser tempo perdido pois, como referendei, não procedi desse modo. Minha análise foi mais subjetiva, foi naquilo que faz Fernando Alonso não dormir algumas noites por semana: tratei dos ERROS de DECISÕES tomadas.

“Fernando Alonso está mais rico”, muitos diriam. Está. Muito mais que ou você que lê isto agora. Só que eu também não comparei a riqueza de Alonso com a de ninguém, sequer com a de Barrichello, portanto, esse argumento também é falacioso, assim como todo o texto do Carlos.

Na verdade, devo me retratar por um momento: o texto do Sr. Gama não é de todo perdido. Ali tem alguns detalhes de desempenho de algumas corridas da vida de Rubens que, numa análise isolada, são proveitosas. Com exceção disso, nada. São milhares bytes e mais bytes perdidos e batidas desnecessárias no teclado. E, para finalizar, a cereja do bolo.

Carlos Frederico Pereira da Silva Gama escreveu um longo texto inventando uma rivalidade inexistente entre Fittipaldinho e Barrichello, analisou resultados isolados de Rubens e citou o mestre Piquet e a Lenda Senna. Ao final, teve a ousadia de comparar Alonso, um grande piloto sim, mas incomparável, com Ayrton Senna da Silva. E me descredenciou e mentiu a meu respeito quando insinuou e disse que eu comprei Alonso com Barrichello. Não o fiz. Não o farei, jamais. Não deturpe, não minta, não invente. Não há comparação plausível entre Rubens e Fernando. Assim como não há comparação entre uma lenda e um piloto, por vezes, superestimado, pois não é sequer o melhor de sua geração, não pode ser comparado com um dos melhores. E, por fim, reitero: quero que me seja provado onde citei, por um mínimo momento que seja, que Alonso e Barrichello são compatíveis. Apenas, claro, se forem colocados como pilotos de F1. Essa é a única comparação que fiz. E, claro, naquilo que tocam suas decisões de carreira.

Um forte abraço a todos,



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