domingo, 12 de abril de 2015

Hamilton controla corrida e vence de ponta a ponta em dobradinha da Mercedes na China. Massa é quinto*

*Por: Grande Prêmio

Fácil, extremamente fácil. Se em Sepang, há duas semanas, o forte calor e a entrada do safety-car jogaram contra Lewis Hamilton, o GP da China devolveu o dono do melhor carro do grid ao topo do pódio. Líder dos três treinos livres do fim de semana e pole-position da terceira etapa da temporada 2015, o bicampeão do mundo não teve nenhuma dificuldade para vencer a corrida deste domingo (12) em Xangai. Soberano ao longo de toda a prova, o piloto da Mercedes só perdeu a liderança para Nico Rosberg quando foi aos boxes realizar seus dois pit-stops. De resto, foi um verdadeiro passeio. Lewis garantiu sua segunda vitória na temporada, a quarta em Xangai e a 35ª da carreira. Opaco em todo o fim de semana, Rosberg, em momento algum, chegou a ameaçar seu companheiro de equipe e teve de se contentar com o segundo lugar.

Em que pese não ter conseguido brigar de forma ativa pela vitória neste fim de semana, Sebastian Vettel terminou o GP da China com outra performance muito positiva neste seu início de trajetória pela Ferrari. Com um ritmo de corrida bastante consistente do início ao fim das 56 voltas de prova, o tetracampeão mundial não deixou a dupla da Mercedes se desgarrar na frente e por vezes fez tempos de volta melhores em relação a Hamilton e Rosberg, chegando a impor uma pressão no piloto alemão. No fim, Seb cruzou a linha de chegada em terceiro e evidenciou mais um passo à frente da Ferrari, cada vez mais próxima da rival Mercedes.

Kimi Räikkönen ficou novamente atrás de Vettel. Desta vez, contudo, o finlandês fez uma corrida limpa e não enfrentou os problemas que marcaram sua jornada na Malásia. Ainda assim, o piloto não chegou a fazer frente ao seu companheiro de Ferrari. Com bom ritmo de corrida, Kimi teve um domingo relativamente tranquilo e conseguiu finalizar em quarto, logo à frente de Felipe Massa.

Na largada, o brasileiro da Williams acabou perdendo duas posições com o assédio do companheiro Bottas pela parte externa do curvão, também sendo superado por Räikkönen. Na briga entre os finlandeses, o mais velho partiu para cima do mais novo na curva 3, e foi aí que Massa se aproveitou para ao menos recuperar um posto perdido. Bem, e basicamente foi isso. A Williams não tinha ritmo algum para seguir a Ferrari, que foi para as cabeças incomodar a dupla da Mercedes. Da mesma forma, era melhor que as Lotus, que se surgiram como quarta força da corrida. Pode-se dizer, então, que Massa fez uma corrida solitária com Bottas. É o segundo quinto/sexto lugares seguidos da equipe de Grove na temporada.

Livre dos problemas com o diferencial da sua Sauber que prejudicaram seu fim de semana na Malásia, Felipe Nasr teve outro desempenho de destaque em seu ano de estreia na F1. O jovem brasiliense largou em nono e ao longo de praticamente toda a prova esteve na zona de pontuação. Aproveitando também do bom rendimento do C34 equipado com a unidade de força da Ferrari, Nasr voltou a marcar pontos ao terminar a corrida deste domingo em oitavo lugar.

Lewis Hamilton venceu pela quarta vez Xangai (Foto: AP)

Confira como foi o GP da China de F1

Quando o grid se formou na reta principal de Xangai, a temperatura ambiente era amena, na casa de 21ºC, mas, no asfalto, os termômetros já registravam 47ºC, muito devido ao sol que brilhava no céu azul chinês. Na formação das posições de largada, com exceção de Daniil Kvyat, da Red Bull, e Carlos Sainz Jr., da Toro Rosso — que optaram pelos médios —, todo o resto decidiu sair com os pneus macios — como se sabe, a turma do top-10 precisa começar a prova com os compostos escolhidos ainda na fase intermediária da classificação.

Ao fim da volta de apresentação, o pole Lewis Hamilton já deixou evidente o ataque que faria a seguir. O inglês alinhou o W06 #44 atravessado na marca da posição de honra do grid. Por isso, quando as cinco luzes se apagaram, Lewis tocou o carro para cima de Nico Rosberg e fechou a porta, contornando sem problemas a primeira curva. Rosberg se colocou logo atrás, na segunda colocação. Sebastian Vettel, por sua vez, não teve chance de ameaçar as Mercedes, mas foi capaz de manter o terceiro posto.

Já Felipe Massa viveu uma largada tumultuada. Primeiro, o brasileiro perdeu o quarto lugar para o colega Valtteri Bottas, que saiu muito bem da quinta posição. O finlandês se colocou por fora na primeira curva e acabou levando vantagem na sequência para se manter à frente. Mas isso mudaria em seguida. 
 
Isso porque Kimi Räikkönen veio ainda melhor. O nórdico da Ferrari passou rapidamente por Massa e foi logo para cima de Bottas. Sem demora, Räikkönen ultrapassou o compatriota da Williams e assumiu o quarto posto. E quem aproveitou a disputa dos dois finlandeses foi Massa, que soube recuperar posição em cima do companheiro de equipe.

Lewis Hamilton mantém a ponta na largada do GP da China em Xangai (Foto: AP)

Um pouco mais atrás, Daniel Ricciardo, que estava em sétimo no grid, saiu muito mal e perdeu diversas posições. E quem se aproveitou da quase não largada do australiano foi Romain Grosjean, que pulou para sétimo, e Felipe Nasr, que passou a ser oitavo.

Assim, a ordem na primeira volta era: Hamilton, Rosberg, Vettel, Räikkönen, Massa, Bottas, Romain Grosjean, Felipe Nasr, Marcus Ericsson e Pastor Maldonado.

Ainda mais no fundo do pelotão, Carlos Sainz acabou rodando e caindo lá para trás, em 18º, atrás dos dois carros da McLaren. Mais à frente, Ricciardo se viu em uma briga com o companheiro pelo 14º posto. Enquanto, Maldonado já aparecia em nono, depois que superou Ericsson — que chegou a perder ritmo por um instante mais tarde e acabou perdendo posição para Max Verstappen.

No bloco intermediário, a ordem com dez voltas a partir do 11º era: Ericsson, Nico Hülkenberg, Sergio Pérez, Ricciardo, Kvyat, Fernando Alonso, Jenson Button, Sainz Jr., Roberto Merhi e Will Stevens. Hülkenberg abandonou um giro mais tarde.

Lá na frente, Hamilton e Rosberg iniciaram um revezamento de volta rápidas, com vantagem para o inglês. Por isso, a diferença entre eles não passava de 1s. Enquanto isso, Vettel vinha 4s3 atrás. Já Räikkönen acompanhava o companheiro de equipe de perto, enquanto Massa já tinha 2s para Bottas.

No fim da 11ª passagem, Nasr foi o primeiro a parar. O brasileiro da Sauber veio aos boxes buscar os pneus médios. Maldonado veio aos pits uma volta mais tarde.

Aí, novas paradas. Vettel veio no giro 14 e voltou à pista com os macios. Massa e Bottas nas duas passagens seguintes, mas optaram pelos médios. A Mercedes ficou um pouco mais. Hamilton decidiu visitar os boxes no fim do giro 15 e retornou com os macios. Rosberg trocou na seguinte e também saiu com os compostos de cor laranja.

Nesse meio tempo, Kvyat, que havia herdado diversas posições por conta da largada com os pneus médios, surgiu escapando da pista, devido a uma falha do motor Renault. É, a vida na Red Bull não é das melhores...

Depois das paradas, a ordem com 20 voltas completadas era assim: Hamilton (+2s), Rosberg, Vettel, Räikkönen, Massa, Bottas, Maldonado, Grosjean, Nasr, Verstappen — vinha em uma briga ferrenha —, Pérez, Ericsson, Ricciardo, Sainz, Button, Alonso — o espanhol acabara de perder posição para o inglês —, Stevens e Merhi.

Pouco depois, Verstappen finalmente venceu o embate contra Nasr e assumiu o nono posto. Enquanto isso, a briga seguia séria entre Ricciardo e Ericsson pelo 12º posto. Mas o sueco acabou tendo um fôlego depois de um erro do australiano.

Na ponta, Hamilton vinha 2s3 à frente de Rosberg, que já sofria a ameaça de Vettel, que se aproximara perigosamente – a diferença era de 1s5 e caindo. Na verdade, os carros prateados estavam em um ritmo de poupar pneus.

Enquanto Alonso se queixava no rádio da perde de rendimento do motor Honda, o compatriota Sainz apareceu lento na pista, com aparente falha de câmbio. Só que o contratempo durou pouco, e o espanhol da Toro Rosso logo voltou ao desempenho normal.

E quem não dava trégua era Vettel. O alemão da Ferrari imprimiu um ritmo muito forte em cima dos pneus macios do segundo stint da prova e andava perto de Rosberg, guiando em torno de um décimo melhor que o compatriota. Räikkönen vinha um pouco mais trás, mas bem à frente de Massa e Bottas. 

No grupo intermediário, Maldonado, Grosjean, Verstappen e Nasr se mantinham no top-10. Mais atrás, o companheiro de Felipe, Ericsson, tentava, sem muito sucesso, afastar Ricciardo. Os dois brigavam pelo 11º lugar. 
 
O australiano chegou a superar o sueco na volta 28, mas acabou errando de novo na sequência e perdeu a posição, tendo de recomeçar os ataques em seguida. E conseguiu a ultrapassagem na 30ª passagem.

No fim da volta 30, a Ferrari chamou Vettel para os pits. O alemão voltou à pista com os pneus médios e em quarto, logo atrás do colega Räikkönen. Rosberg foi na sequência. Enquanto isso, Hamilton ficou mais um pouco e começou a andar mais forte, deixando evidente que estava apenas controlando a prova, para poupar pneus.

Lewis parou na 34. E voltou em segundo com os compostos médios. Räikkönen, por sua vez, ficou na pista e pulou para primeiro, mas isso durou apenas por uma volta. O finlandês foi aos boxes na passagem seguinte.

E os pits ainda ficaram mais movimentados nas voltas seguintes, com Massa, Bottas, Ricciardo, Alonso e Pérez. Nesse meio tempo, Maldonado passou reto pela entrada do pit-lane e foi parar na brita. O venezuelano conseguiu se recuperar e visitar os boxes. Só que voltas mais tarde, na 42 mais precisamente, Pastor rodou e perdeu muitas posições.

Falando nisso, a ordem depois das paradas de pit era: Hamilton, Rosberg, Vettel, Räikkönen, Massa, Bottas, Grosjean, Verstappen, Nasr, Ricciardo, Ericsson — esses dois, inclusive, repetindo uma disputa que durou praticamente a prova toda, com vantagem para o australiano —, Pérez, Button, Maldonado, Alonso, Sainz, Stevens e Merhi.

A parte final da corrida viu um Hamilton tranquilo e sobrando na frente. Rosberg apenas acompanhava o colega, sem qualquer chance de disputa. Vettel vinha mais atrás, também seguindo os rivais de longe. Räikkönen mantinha foi o quarto posto, à frente das duas Williams.

Na verdade, as voltas finais viram uma curiosa disputa no fundo do grid, entre Button e Maldonado pelo 13º lugar. Os dois chegaram a trocar posições, com Alonso sempre ali na espreita. Apesar de bonitas manobras, Pastor e Jenson acabaram se tocando no fim da reta. Pior para o piloto da Lotus, que foi parar fora da pista. Melhor para Alonso, que tomou as colocações de ambos. Button ficou em 14º. Maldonado, por sua vez, foi obrigado a abandonar. Mas o incidente foi parar na mesa dos comissários.

E essa não foi última grande emoção de pista na China - uma falha no motor da Toro Rosso fez Verstappen parar no meio da reta principal, obrigando o safety-car para encerrar a corrida com duas voltas para o fim. Então, fim de papo.

Hamilton conduziu a Mercedes à vitória, sua quarta em solo chinês e a segunda em 2015. Rosberg completou a dobradinha, à frente do Vettel, que vai de novo ao pódio. Räikkönen foi o quarto. A Williams terminou mais atrás, com Massa à frente de Bottas. Grosjean, Verstappen, Nasr, Ricciardo e Ericsson completaram o top-10. Enquanto a McLaren teve condição de pela primeira vez no ano completar uma corrida com seus dois carros.

E foi isso. Agora, a F1 reúne já no próximo fim de semana na pista do Bahrein, para a quarta etapa da temporada 2015.

F1, GP da China, Xangai, Final:

Nenhum comentário:

Postar um comentário