Tudo azul na Floresta Negra. Sábado,
18 de Julho de 2015. A F1 chegava a Hockenheim, Alemanha.
Hockenheimring
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País de Michael Schumacher, dono de quase todos os recordes na categoria
máxima do automobilismo. Do atual vice-campeão Nico Rosberg e do maior
multicampeão da atualidade, Sebastian Vettel. E do recém-vencedor das 24 Horas
de Le Mans, Nico Hulkenberg. Entre outros mil.
O dono do pedaço na terra do 7 x 1 |
País da Mercedes, inventora do motor a combustão, atual melhor propulsor
da categoria e equipe mais bem sucedida das duas últimas temporadas.
Bernie Ecclestone sabia o tamanho da importância da realização da etapa
alemã de F1 (o velho pirata ofereceu garantias pessoais para assegurar a
realização do GP, ameaçado até o último dia – como anos atrás, quando comprou
briga com ecologistas que queriam cortar - ! - a pista ao meio).
Centenas de milhares de torcedores germânicos lotavam as arquibancadas
de Hockenheimring. O espectro de cores dava o predomínio à Ferrari. A
Vettelmania trouxe ventos de esperança de novo reinado em Maranello. Curiosamente,
o alemão com melhor equipamento era um pouco esnobado.
As bolsas de apostas davam como certa mais uma pole do bicampeão mundial
Lewis Hamilton. Seria sua nona na temporada, em 10 corridas (!). Como nos
tempos de outro piloto de capacete amarelo.
Um pássaro? Um avião? Um foguete prateado?
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O favoritismo da Mercedes em casa era tamanho que a diferença para o
segundo melhor carro oscilava (na Rádio
Paddock) entre 1 e 1.5 segundos. Isso numa pista de média de 242 km/h.
Os alemães queriam o Lemãozim
na primeira fila. Sua Ferrari parecia distante dessa meta. Se no labirinto de
curvas do estádio o carro rendia bem,
na floresta o motor Ferrari ficava a
ver navios.
Imperturbável, o campeão mundial Kimi Raikkonen (piloto 1-B da Scuderia)
rebateu os jornalistas:
- Chegaremos onde o carro nos
deixar. Agora, me deixem tomar uma cerveja. Ainda faltam 5 min.
Com pneus supermacios, Hamilton debulhou no Q1. Com 1.42.205, 240 km/h
de média. Rosberg ficaria três décimos atrás. E meio segundo depois, o
finlandês Valtteri Bottas.
Numa terra de triste memória para Felipe Massa, seus companheiros de
equipe parecem ganhar um boost extra
de performance. Aconteceu com o alemão Nick Heidfeld. Smedley nem precisou
gritar “Valtteri is faster” dessa
vez.
Massa: um team
player
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Massa (que reclamou dos motores Mercedes em 2015) ficou a dois décimos
do jovem Bottas. Em seguida, a dupla da Ferrari: Kimi meio décimo à frente de
Sebastian e ambos longe da Williams.
Das Auto |
Nas demais posições, poucas surpresas. O incrível Hulk sanduichado entre
duas Lotus (Grosjean à frente de Maldonado). Mad Max Verstappen à frente de
Carlitos Sainz e ambos na frente do Boi Vermelho (o motor Renô voltaria a fumar
no Q2). Ricciardo foi superado pelo russinho Kvyat. A dupla da mumificada
Sauber em 14º e 15º lugares (Felipay Nasr um décimo melhor que Money Ericsson).
O apagado Sérgio Pérez em 16º lugar prometia fazer apenas 1 parada nos boxes
domingo. Atrás de Perez, o bicampeão
mundial Fernando Alonso e o campeão mundial Jenson Button dividiam a 9ª fila na
pior McLaren dos últimos 65 anos. A ex-equipe de Jules Bianchi fechava o grid
com tempos de fazer vergonha à GP2.
Sem Perez, McLaren e Manor, o Q2 seguiu com calvário da Renô (motor que
fez a volta mais rápida da história de Hockenheim em...1993). Os dois pilotos
da fábrica de bebidas fechariam na
14ª e 15ª posições (Ricciardo venceu por um sorriso). Talvez para compensar a
perda da Red Bull, Kimi fez um Q2 de alta octanagem, chegando à 4ª posição
(Lemãozim ficou em 7º com problemas de pneus). À frente do finlandês, outro
finlandês. E na frente do outro finlandês, o filho de Keijo Rosberg. Mas Comandante
Hamilton colocou meio segundo na Estação Finlândia. 1.41.738.
Para tristeza da torcida nativa, Massa ficou apenas em 5º lugar (a culpa
é dos pneus – a Williams optou pelos macios no Q2, para estranheza geral). No
6º posto, Mad Max – já imaginou ele largando ao lado de Massa?), Carlos Sainz
em 8º, Hulk 9º, as duas Lotus em 10º e 11º (Grosjean abiscoitou a última
vaguinha). Felipay fez um bom Q2 dentro do equipamento disponível, largando em
12º.
A chapa esquentou |
Na hora da cobra fumar, o capacete amarelou. As arquibancadas comemoraram
o erro de Hamilton em sua segunda tentativa de volta rápida no Q3. Com
supermacios, o ex-Pussycat Doll não conseguiu superar Keijinho com sua
pilotagem conservadora. 1.41.101. Dois décimos atrás.
Esse Lemãozim é rapidim
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Para delírio da torcida nativa o outro Lemãozim conseguiu uma heroica
terceira posição. Nos bons tempos isso era chamado de vice dos perdedores. Mas
ninguém pensou nisso em Hockenheimring. No último giro do ponteiro Vettel
marcou um impressionante 1.41.574.
Alegria dos Tifosi |
Na 4ª posição um frustrado Kimi reclamava de tudo e todos a seu modo.
Bico calado, bico molhado.
Kimi afoga as mágoas |
Na Williams, Frank
devia estar com saudade de 1993. Valtteri e Felipe separados por milésimos. Na
5ª e 6ª posições. Com motor Mercedes!
Frank não curtiu |
Em
vias de se tornar um dos grandes do grid, Mad
Max obteve memorável 7ª posição. Ao contrário de Massa, não reclamou. Hulk tampouco lamentou o 8º lugar. Grosjean em 9º e
Sainzinho em 10º.
Galvão:
“Courrege, o que Felipe disse sobre seu erro?” Courrege: “Galvão, você não ia gostar de ouvir...” |
Mad Max não perdoa Mad Massa
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Rosberg, Hamilton, Vettel, Raikkonen, Bottas,
Massa, Verstappen, Hulkenberg, Grosjean, Sainz.
O que aconteceria quando as luzes de largada se
apagassem?
A Grécia pagaria a dívida externa?
Gol da Alemanha?
(#oremos)
Carlos é fã da Era de Ouro da F1. Assistiu bocejando a Galvão Bueno perguntar: “Bem
amigos da Rede Globo. Falamos ao vivo do circuito de Hockenheim, na Alemanha. Felipe Massa na Alemanha – será que agora
vai?”
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