quinta-feira, 23 de julho de 2015

O GRANDE PRÊMIO DA ALEMANHA DE F1 2015 (Parte I)

Por Carlos Frederico Pereira da Silva Gama



Tudo azul na Floresta Negra. Sábado, 18 de Julho de 2015. A F1 chegava a Hockenheim, Alemanha.


Hockenheimring



País de Michael Schumacher, dono de quase todos os recordes na categoria máxima do automobilismo. Do atual vice-campeão Nico Rosberg e do maior multicampeão da atualidade, Sebastian Vettel. E do recém-vencedor das 24 Horas de Le Mans, Nico Hulkenberg. Entre outros mil.

O dono do pedaço na terra do 7 x 1

País da Mercedes, inventora do motor a combustão, atual melhor propulsor da categoria e equipe mais bem sucedida das duas últimas temporadas.

Bernie Ecclestone sabia o tamanho da importância da realização da etapa alemã de F1 (o velho pirata ofereceu garantias pessoais para assegurar a realização do GP, ameaçado até o último dia – como anos atrás, quando comprou briga com ecologistas que queriam cortar - ! - a pista ao meio).


Centenas de milhares de torcedores germânicos lotavam as arquibancadas de Hockenheimring. O espectro de cores dava o predomínio à Ferrari. A Vettelmania trouxe ventos de esperança de novo reinado em Maranello. Curiosamente, o alemão com melhor equipamento era um pouco esnobado.
As bolsas de apostas davam como certa mais uma pole do bicampeão mundial Lewis Hamilton. Seria sua nona na temporada, em 10 corridas (!). Como nos tempos de outro piloto de capacete amarelo. 

Um pássaro? Um avião? Um foguete prateado?


O favoritismo da Mercedes em casa era tamanho que a diferença para o segundo melhor carro oscilava (na Rádio Paddock) entre 1 e 1.5 segundos. Isso numa pista de média de 242 km/h.

Os alemães queriam o Lemãozim na primeira fila. Sua Ferrari parecia distante dessa meta. Se no labirinto de curvas do estádio o carro rendia bem, na floresta o motor Ferrari ficava a ver navios.

Imperturbável, o campeão mundial Kimi Raikkonen (piloto 1-B da Scuderia) rebateu os jornalistas:

- Chegaremos onde o carro nos deixar. Agora, me deixem tomar uma cerveja. Ainda faltam 5 min.

Com pneus supermacios, Hamilton debulhou no Q1. Com 1.42.205, 240 km/h de média. Rosberg ficaria três décimos atrás. E meio segundo depois, o finlandês Valtteri Bottas.

Numa terra de triste memória para Felipe Massa, seus companheiros de equipe parecem ganhar um boost extra de performance. Aconteceu com o alemão Nick Heidfeld. Smedley nem precisou gritar “Valtteri is faster” dessa vez.

Massa: um team player


Massa (que reclamou dos motores Mercedes em 2015) ficou a dois décimos do jovem Bottas. Em seguida, a dupla da Ferrari: Kimi meio décimo à frente de Sebastian e ambos longe da Williams. 

Das Auto


Nas demais posições, poucas surpresas. O incrível Hulk sanduichado entre duas Lotus (Grosjean à frente de Maldonado). Mad Max Verstappen à frente de Carlitos Sainz e ambos na frente do Boi Vermelho (o motor Renô voltaria a fumar no Q2). Ricciardo foi superado pelo russinho Kvyat. A dupla da mumificada Sauber em 14º e 15º lugares (Felipay Nasr um décimo melhor que Money Ericsson). O apagado Sérgio Pérez em 16º lugar prometia fazer apenas 1 parada nos boxes domingo.  Atrás de Perez, o bicampeão mundial Fernando Alonso e o campeão mundial Jenson Button dividiam a 9ª fila na pior McLaren dos últimos 65 anos. A ex-equipe de Jules Bianchi fechava o grid com tempos de fazer vergonha à GP2.

Sem Perez, McLaren e Manor, o Q2 seguiu com calvário da Renô (motor que fez a volta mais rápida da história de Hockenheim em...1993). Os dois pilotos da fábrica de bebidas fechariam na 14ª e 15ª posições (Ricciardo venceu por um sorriso). Talvez para compensar a perda da Red Bull, Kimi fez um Q2 de alta octanagem, chegando à 4ª posição (Lemãozim ficou em 7º com problemas de pneus). À frente do finlandês, outro finlandês. E na frente do outro finlandês, o filho de Keijo Rosberg. Mas Comandante Hamilton colocou meio segundo na Estação Finlândia. 1.41.738. 

Para tristeza da torcida nativa, Massa ficou apenas em 5º lugar (a culpa é dos pneus – a Williams optou pelos macios no Q2, para estranheza geral). No 6º posto, Mad Max – já imaginou ele largando ao lado de Massa?), Carlos Sainz em 8º, Hulk 9º, as duas Lotus em 10º e 11º (Grosjean abiscoitou a última vaguinha). Felipay fez um bom Q2 dentro do equipamento disponível, largando em 12º. 

A chapa esquentou


Na hora da cobra fumar, o capacete amarelou. As arquibancadas comemoraram o erro de Hamilton em sua segunda tentativa de volta rápida no Q3. Com supermacios, o ex-Pussycat Doll não conseguiu superar Keijinho com sua pilotagem conservadora. 1.41.101. Dois décimos atrás.  

Esse Lemãozim é rapidim


Para delírio da torcida nativa o outro Lemãozim conseguiu uma heroica terceira posição. Nos bons tempos isso era chamado de vice dos perdedores. Mas ninguém pensou nisso em Hockenheimring. No último giro do ponteiro Vettel marcou um impressionante 1.41.574. 

Alegria dos Tifosi


Na 4ª posição um frustrado Kimi reclamava de tudo e todos a seu modo. Bico calado, bico molhado.

Kimi afoga as mágoas


Na Williams, Frank devia estar com saudade de 1993. Valtteri e Felipe separados por milésimos. Na 5ª e 6ª posições. Com motor Mercedes! 

Frank não curtiu

Em vias de se tornar um dos grandes do grid, Mad Max obteve memorável 7ª posição. Ao contrário de Massa, não reclamou. Hulk tampouco lamentou o 8º lugar. Grosjean em 9º e Sainzinho em 10º.

Galvão: “Courrege, o que Felipe disse sobre seu erro?”
Courrege: “Galvão, você não ia gostar de ouvir...” 
 

Mad Max não perdoa Mad Massa

Rosberg, Hamilton, Vettel, Raikkonen, Bottas, Massa, Verstappen, Hulkenberg, Grosjean, Sainz.

O que aconteceria quando as luzes de largada se apagassem?

A Grécia pagaria a dívida externa?

Gol da Alemanha?

(#oremos)
 

 

 
  
Carlos é fã da Era de Ouro da F1. Assistiu bocejando a Galvão Bueno perguntar: “Bem amigos da Rede Globo. Falamos ao vivo do circuito de Hockenheim, na Alemanha. Felipe Massa na Alemanha – será que agora vai?
 
 


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