domingo, 7 de junho de 2015

Hamilton só administra vantagem para vencer GP do Canadá de ponta a ponta. Vettel e Massa dão show de ultrapassagens*

*Por: Grande Prêmio

Dominante em praticamente todo o fim de semana em Montreal, Lewis Hamilton tinha como principal foco vencer o GP do Canadá para não somente quebrar a sequência vencedora de Nico Rosberg — e impedir sua aproximação na luta pelo título —, mas também para se recuperar do duro revés sofrido em Mônaco. E o bicampeão do mundo fez valer o melhor carro e seu grande talento para comprovar o favoritismo numa pista que lhe cai muito bem ao vencer pela quarta vez no Circuito Gilles Villeneuve, de ponta a ponta, alcançando o triunfo depois de conter pressão de Nico Rosberg na metade final da corrida, na tarde deste domingo (7). Foi a quarta vitória de Hamilton em sete corridas na temporada 2015, a 37ª da carreira, ficando a três de Sebastian Vettel e a quatro de Ayrton Senna, o terceiro maior vencedor da história da F1, atrás apenas de Alain Prost e Michael Schumacher.

"Eu amo Montreal! Amo a pista, amo a cidade, e foi um fim de semana fantástico", declarou o vencedor. "Ótimo voltar ao degrau mais alto. Quero dedicar ao pai do meu engenheiro. Foi um fim de semana difícil para ele, então essa é mesmo para ele”, completou. 

Hamilton beija o troféu do GP do Canadá (Foto: AP)

“Eu senti que não tinha o balanço perfeito. Nico estava rápido, mas eu não senti muita pressão. Foi uma grande corrida. Não sei como foi para quem assistiu, mas foi bem intensa, eu curti”, acrescentou Hamilton no pódio.

Rosberg se aproximou bastante de Hamilton depois que equipou seu carro com pneus macios, chegou a reduzir a diferença para pouco mais de 1s, mas não chegou a lutar efetivamente pela vitória no Canadá, terminando em segundo. Valtteri Bottas voltou a mostrar uma ótima performance com a Williams e novamente bateu a Ferrari, desta vez, os dois carros, e terminou em terceiro com uma corrida bastante consistente. Bottas superou Kimi Räikkönen, que perdeu o pódio depois de ter cometido um erro crucial ao rodar no hairpin pouco depois do seu pit-stop.

“Foi uma boa corrida contra Lewis. Eu ataquei que nem louco para pressionar, mas ele não cometeu nenhum erro. Foi uma corrida em que tivemos que gerenciar pneus, freios, o mesmo para ele. Segundo lugar foi OK”, declarou Rosberg. “O ritmo de corrida foi OK. A posição de largada faz uma grande diferença, e é nisso que eu preciso me concentrar."

Sebastian Vettel garantiu um ótimo quinto lugar. O tetracampeão deu um show na pista e foi um dos protagonistas da disputa em Montreal com uma série de ultrapassagens, como também fez Felipe Massa. O brasileiro conquistou nada menos que nove posições ao longo da corrida e terminou em sexto depois de ultrapassar Pastor Maldonado, que finalmente conseguiu chegar aos pontos em 2015 ao cruzar a linha de chegada em sétimo. Felipe Nasr, em contrapartida, não teve uma boa jornada no Canadá ao guiar uma Sauber que não correspondeu em momento algum no fim de semana, fechando apenas em 16º. 

Confira como foi o GP do Canadá de F1:

A largada do sempre agitado GP do Canadá de F1 era aguardada com ansiedade. Afinal, o Circuito Gilles Villeneuve tradicionalmente rende boas corridas. Além disso, pairava a expectativa sobre a tática de pit-stops de cada piloto, uma vez que, embora duas paradas fosse a escolha mais normal, a opção por apenas uma troca de pneus era plenamente plausível. Outro fator que poderia determinar os rumos da corrida era a possível entrada de safety-cars ao longo da disputa em Montreal.

Depois da volta de alinhamento e aquecimento dos pneus, os pilotos se posicionaram no grid para a largada no Canadá. Massa, assim como Roberto Merhi, Will Stevens, Max Verstappen e Jenson Button partiram com pneus macios, enquanto os demais, com supermacios.

A largada do GP do Canadá (Foto: AP)

Com o apagar das luzes vermelhas, finalmente começou o GP do Canadá. E foi uma largada sem problemas, com todos passando pela curva 1 sem maiores toques. Hamilton manteve a liderança e segurou Rosberg, enquanto Räikkönen manteve o terceiro lugar. Bottas e Grosjean fecharavam o top-5, enquanto Hülkenberg ganhava a posição de Maldonado com uma bela manobra na curva 3 e subia para sexto. Massa cruzou al inha de chegada da primeira volta em 13º, enquanto Nasr vinha duas posições atrás.

Numa pista em que a potência do motor conta muito, Felipe buscava tirar o máximo de proveito do motor Mercedes que equipa sua Williams, por isso conseguia ganhar preciosas posições. Lá atrás, Button cumpria seu drive-through, punição pré-determinada pela direção de prova depois do uso do quinto motor na temporada, excedendo o limite estabelecido pelo regulamento técnico da F1.

Enquanto Massa escalava o pelotão, com uma boa ultrapassagem sobre Alonso na quinta volta, Hamilton continuava soberano na frente, com Rosberg e Räikkönen vindo na sequência. No fundo do grid, Vettel caía para último depois de fazer seu pit-stop e, de quebra, pagar punição. Antes da parada, o tetracampeão vinha logo atrás de Massa, que não conseguia ultrapassar Marcus Ericsson, da Sauber, mesmo contando com um motor mais forte.

Disputa entre Ericsson e Massa (Foto: Reprodução TV)

Até que finalmente o brasileiro conseguiu passar Ericsson: na raça, emparelhando seu carro com o azul e amarelo do sueco, Felipe quase chegou a tocar na Sauber, mas conseguiu emplacar belíssima ultrapassagem na curva 3 pela volta 9 da corrida. Massa era o 11º colocado. E o piloto da Williams seguia abrindo caminho para subir para décimo pouco depois ao usar a asa móvel e não tomar conhecimento de Ricciardo, sem motivos para sorrir com o carro da Red Bull.

Tranquilo na frente, Hamilton tinha uma vantagem confortável de 3s5 para Rosberg, que por sua vez também estava 3s à frente de Räikkönen. O finlandês, mesmo contado com um carro notoriamente inferior ao da Mercedes, mostrava ótimo ritmo de prova e não deixava Nico desgarrar. Lewis, com facilidade, cravou 1min18s051, a então melhor volta da corrida na 17ª passagem pelo Circuito Gilles Villeneuve.

Com pouca ação e possibilide de ultrapassagens entre os ponteiros, as câmeras da transmissão voltavam a focalizar em Massa, que dava um show particular na pista aproveitando a ótima performance do carro da Williams. Mesmo com pneus macios, Felipe se aproximou bem de Daniil Kvyat, que andava com os supermacios. Na volta 20, Massa ganhou a oitava posição do russo.

Outra luta interessante no pelotão intermediário era entre Verstappen, Alonso e Vettel, que já havia feito sua parada e poderia seguir na pista até o fim com os pneus macios. Os dois campeões do mundo travaram um belo duelo, revivendo a rivalidade do início da década. Sebastian tentou passar o espanhol na entrada da chicane, e ambos se tocaram. Mas na sequência, na volta 21, finalmente Seb fez a ultrapassagem no fim da reta dos boxes.

Ainda que não houvesse uma verdadeira luta pela vitória, o GP do Canadá era dos mais animados.

Graças ao primeiro pit-stop feito por Maldonado, Massa subia para sétimo e tinha Hülkenberg no seu radar. Mas o alemão, a exemplo de Felipe, também era empurrado pelo motor Mercedes, o que poderia dificultar um pouco mais a vida do brasileiro, que fazia bela corrida em Montreal.

Via rádio, a McLaren pediu para Alonso, que vinha em 15º, que economizasse combustível e buscasse chegar ao fim da prova. Mas o bicampeão foi claro ao rejeitar a orientação. "Não quero, não quero! Já temos grandes problemas para guiar assim. Pareço um amador", bradou irritado o espanhol, que tratou de acelerar seu MP4-30 no limite no Circuito Gilles Villeneuve.

Em quarto lugar depois de ter feito sua parada, Räikkönen rodou na saída do hairpin e fritou seus pneus. Um erro que poderia abrir caminho para o primeiro pódio da Williams no ano com Bottas, que ganhou a posição do compatriota e subiu para terceiro. Na volta seguinte, a 29ª da corrida, finalmente Hamilton fez sua parada, indicando que poderia seguir com apenas um pit-stop. Rosberg, então, assumia a liderança provisória, mas antes de realizar sua troca de pneus, o alemão também teve problemas no hairpin ao passar reto na curva, indo para a área de escape.

No regresso do pit-stop, Rosberg mostrava desempenho melhor que Hamilton com os pneus macios e se aproximava muito do bicampeão, fazendo a diferença despencar. Ou Lewis respondia em pista ou ficaria sob pressão na metade final da corrida.

Marmota atravessa pista durante GP do Canadá (Foto: Reprodução TV)

Massa seguia desempenhando bela participação em Montreal e estava em quinto na 36ª volta. Mas o brasileiro ainda não havia feito seu pit-stop e tentava aumentar ao máximo sua presença na pista para que seu stint com os supermacios fosse maior, o que resultaria em apenas uma parada na prova. Até por isso, Felipe começava a perder rendimento e, ao ser ultrapassado por Grosjean, caiu para sexto. Durante a disputa, uma marmota acabou por invadir a pista bem à frente do carro de Massa, mas felizmente o bichinho conseguiu escapar ileso.

Na volta 39, finalmente Massa fez sua parada, equipou sua Williams com pneus supermacios e voltou à pista em nono, ainda numa ótima condição para garantir um bom resultado no Canadá. Já a outra Williams, de Bottas, era ameaçada por Räikkönen, que lutava para retomar sua posição de top-3.

Se Massa brilhava no Canadá, não dava para dizer o mesmo de Nasr, muito prejudicado pela falta de performance da Sauber em Montreal. O estreante brasileiro tinha de lidar com toda a queda de desempenho do C34, que não conseguia acompanhar seus oponentes no pelotão intermediário, aparecendo em 17º lugar.

Preocupada com o desempenho de Hamilton e Rosberg na pista, a Mercedes passou instruções distintas aos dois: pediu que Lewis economizasse combustível, enquanto Nico tinha de se preocupar com os freios. A diferença seguia caindo e já era de 1s088 na volta 46.

Pouco antes, Vettel e Hülkenberg lutavam pelo sétimo lugar, com o tetracampeão usando a asa móvel para fazer a ultrapassagem em cima do compatriota no fim da grande reta de Montreal. Por fora, Sebastian tentou fazer a ultrapassagem, mas Nico acabou cometendo um erro e rodou na chicane, sem que houvesse quaquer toque entre os dois. Prejuízo maior para o piloto da Force India, que caiu para nono, beneficiando diretamente Massa, que subiu para oitavo.

Aí, na 47ª volta da corrida, Alonso abandonou de forma melancólica o GP do Canadá. Pela primeira vez desde 2001, o espanhol abandonou três provas seguidas. Péssima fase do asturiano, mas é bem verdade que a falta de confiabilidade da McLaren é a grande culpada pela sua maré de azar.

Grosjean passa e fecha Stevens: pelo toque, o francês tomou punição (Foto: Reprodução TV)

Pouco depois, Grosjean manchou um fim de semana que era extremamente positivo num incidente desnecessário. No fim da grande reta de Montreal, o piloto da Lotus vinha para ultrapassar o retardatário Will Stevens, mas acabou tocando no carro do britânico na entrada da chicane, tendo de fazer um pit-stop inesperado. O franco-suíço foi punido pela direção de prova em 5s e criticado por Stevens, que o chamou de "estúpido" via rádio, captado pela transmissão da corrida. Então, o melhor da Lotus era Maldonado, com uma ótima performance, mas que acabou sendo superado por Vettel, outro que fazia belíssima corrida no Circuito Gilles Villeneuve.

Para completar uma jornada horrorosa da McLaren no Canadá, Button também abandonou a corrida, o que aconteceu na volta 59 da prova. Desempenho terrível que reitera a afirmáção de Éric Boullier ao dizer que é preciso "melhorar tudo" no MP4-30.

Apesar de ser uma vantagem pequena, de 1s3, Hamilton conseguia controlar a diferença para Rosberg, de forma que tal cenário não indicava uma luta real pela vitória em Montreal. Bottas também conseguia sustentar bem o terceiro lugar e estava com o pódio quase garantido, ficando 7s à frente de Räikkönen. Vettel, dono de um belo desempenho, tinha o quinto posto assegurado, enquanto Maldonado e Massa lutavam bravamente pelo sexto lugar.

O venezuelano não resistiu à melhor performance do brasileiro da Williams, que subiu para sexto lugar, ganhando nove posições na corrida. O top-5 era composto por Hamilton, Rosberg, Bottas, Räikkönen e Vettel. Atrás de Massa aparecia Maldonado, enquanto Hülkenberg vinha em oitavo, com Kvyat e Grosjean entre os dez primeiros. Corrida pra lá de honesta de Bottas e Maldonado, desempenho brilhante de Massa e Vettel e o retorno triunfal de Lewis ao topo do pódio ao fim de 70 voltas de um animado GP do Canadá.

F1, GP do Canadá, Circuito Gilles Villeneuve, final:


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