Susie, pilota de testes da Williams (Divulgação) |
Quando a
lesão do finlandês Valtteri Bottas o impediu de disputar o GP da Austrália que
abriu a temporada da Fórmula 1 em 2015, muitos imaginaram que Susie Wolff, pilota de desenvolvimento
da Williams, poderia ser escolhida caso o companheiro de Felipe Massa tivesse
que se ausentar por mais etapas. Caso isso ocorresse, quebraria um jejum de 39 anos desde a
última vez que uma mulher correu na Fórmula 1, Lella Lombardi, em 1976. Mas o time britânico se apressou a descartar o
nome de Susie e ainda contratou o alemão Adrian Sutil para o posto de piloto
reserva.
A presença de uma mulher em uma corrida de F-1, que pareceu ficar mais perto nos últimos anos, voltou a se mostrar uma possibilidade distante. Por isso, o chefão da categoria Bernie Ecclestone, grande entusiasta da ideia, sugeriu uma alternativa para os fãs da velocidade verem representantes femininas ao volante: uma categoria exclusivamente para mulheres.
- Acho que seria uma boa ideia darem a elas uma oportunidade. Por algum motivo, as mulheres não estão chegando à F-1. E não é porque não as queremos. Claro que queremos, pois atrairiam muita atenção, publicidade e, provavelmente, novos patrocinadores – declarou o diretor executivo da F-1 à imprensa inglesa em Sepang, palco do GP da Malásia deste domingo.
Bernie Ecclestone no GP da Malásia (Foto: AFP) |
Ecclestone
levou a ideia para os chefes de equipes da Fórmula 1 durante uma reunião
antes da
corrida malaia. A sugestão do chefão é que o campeonato feminino
acompanhasse o calendário da categoria, com corridas ou nos domingo
antes dos GPs, ou nos sábados.
- Precisamos começar de algum lugar. Por isso sugeri aos times que tivéssemos um campeonato separado e talvez assim seríamos capazes de levar algumas delas para a F-1. Elas poderiam correr antes do evento principal ou talvez no sábado do treino classificatório. É só uma ideia no momento, mas acho que seria "super" para F-1 e para um fim de semana de GP – sugeriu o dirigente de 87 anos.
Susie Wolff e Carmen Jordá: pilotas de desenvolvimento na F-1 atualmente
Atualmente, há duas representantes do sexo feminino como pilotas de desenvolvimento entre as equipes de F-1: a escocesa Susie Wolff, de 32 anos, na Williams, e a espanhola Carmen Jordá, de 26 anos, na Lotus.
Carmen Jordá, pilota de desenvolvimento da Lotus, no paddock do GP da Malásia (Foto: Getty Images) |
Projeto interrompido e tragédia marcam história recente das mulheres na F-1
Recentemente, outras mulheres passaram pelos times da categoria. A suíça Simona de Silvestro chegou a ser “pilota afiliada” da Sauber, que almejava prepara-la para assumir um posto de titular no futuro, mas o projeto foi interrompido no meio em razão dos problemas financeiros da equipe.
Simona de Silvestro chegou a fazer testes com a Sauber, mas projeto não foi para a frente (Foto: Divulgação ) |
Houve
também a passagem de Maria de Villota como pilota de testes da Marussia, que
acabou de forma trágica. A espanhola sofreu um gravíssimo acidente durante
testes aerodinâmicos em 2012 e morreu um ano depois em razão das sequelas da
batida.
Maria de Villota perdeu um olho em um gravíssimo acidente em 2012 e morreu um ano depois (Foto: Getty Images) |
Danica Patrick faz sucesso nos EUA
Além de Susie, Carmon Jordá e Simona Silvestre, uma “F-1 só para mulheres” também poderia absorver a canadense Danica Patrick, que fez história no automobilismo americano ao ser a primeira a vencer na Indy e a conquistar uma pole na Nascar. Outro destaque feminino no automobilismo é a jovem promessa britânica Alice Powell, de 22 anos, campeã da F-Renault inglesa em 2010 e da F-Renault asiática em 2014.
Seis mulheres já passaram pela Fórmula 1
De todas as mulheres citadas, apenas Susie Wolff participou de um fim de semana oficial de GP ao andar em treinos livres do GP da Alemanha e da Inglaterra do ano passado pela Williams. Na ocasião, ela se tornou a sexta mulher a alcançar o feito. Em um esporte predominantemente masculino, apenas outras cinco mulheres participaram de grandes prêmios: Maria Teresa de Filippis (1958 a 69), Lella Lombardi (74 a 76), Divina Galica (76 e 78), Desire Wilson (80) e Giovanna Amati (92). Apenas as duas primeiras chegaram a disputar provas oficiais, enquanto Lella foi a única a atingir a zona de pontuação: marcou 0,5 ponto no GP da Espanha de 1975. Clique aqui e relembre todas as mulheres que já passaram pela Fórmula 1.
Italiana Lella Lombardi é a única mulher a ter pontuado na história da Fórmula 1 (Foto: Getty Images) |
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